Obras que abordam o fim do mundo são comuns na literatura. Em sua maioria, focam seus argumentos na superação humana, com sua incrível capacidade de ultrapassar limitações, de vencer todas as batalhas, de reafirmar nossa espécie como a dominante no planeta.
Fome vem na contramão histórica, apresentando um argumento que denuncia o homem como o real predador de si mesmo, sem chances de redenção, sem nenhuma possibilidade de se salvar. Uma luta sangrenta por sobrevivência que, assim como nos dias atuais, segue firme rumo à extinção da humanidade.
Tibor Moricz não demonstra pudor em sua narrativa. Em uma teia de acontecimentos, narrada em 15 contos entrelaçados, personagens cruéis seguem adiante, um dia de cada vez, rumo ao futuro previsível: o fim. Cada conto possui a capacidade de perturbar profundamente os leitores. Fome vem para chocar.
Fome – Onde Restar Vida, Haverá Fome, Lançado em 2008.
Sinopse: Quando a Civilização se acabar, nada restará a não ser a urgência da saciedade física. A fome predominará acima de todas as necessidades humanas. Sentimentos e conflitos internos nada serão além de escombros, aço retorcido e ossos limpos. Passará a existir uma nova miríade de convenções humanísticas, religiosas e de sobrevivência, com alicerces edificados sobre a carne, o sangue. O tempo das analogias terminará com a mesma urgência com que a moral humana se esvairá da mente e coração dos que sobrevirem a essa época. Não existirá esperança nas mentes. Não subsistirá piedade nos olhares. Não restará fé nos corações. Mas sempre restará vida. E onde restar vida, haverá Fome.
Comentem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário